quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A MENSAGEM DA GARRAFA


http://beachcam.meo.pt/newsroom/2016/09/garrafa-atravessa-o-atlantico-ate-aljezur/

"Jornal das 8" da TVI. Ouço, entre duas garfadas de carne à juliana, que uma jovem de 15 anos, ao largo do México, terá deitado ao mar uma garrafa fechada com uma mensagem escrita lá dentro num pequeno papel promocional do cruzeiro turístico em que estava a viajar com o seu pai. Passaram 5 (CINCO) longos anos e a garrafa viajou, viajou, viajou até... à praia de Aljezur, tendo sido descoberta entre as rochas por dois nadadores-salvadores que, à primeira vista, pensaram tratar-se de "lixo" que habitualmente dá à costa! Responderam, via carta, à remetente da mensagem, agora com 20 anos de idade, e, qual não é o espanto, esta responde!
Às vezes, de frente para o Mar, ponho-me a pensar na sua Vastidão e nos seus imensos mistérios. De facto, o Mar tanto leva como traz! É como se fosse uma longa Via espacial no Tempo que passa! O melhor é nunca subestimar os seus PODERES!

A propósito, lembrei-me logo de duas coisas:

A primeira relaciona-se com a minha Infância e os meus tempos na Pré-Escola luxemburguesa! Lembro-me que a capital estava rodeada de verde a perder de vista, com bosques e florestas... Todo um Mundo paralelo a descobrir, para além dos limites da Grande Cidade do Luxemburgo. E a minha educadora - mademoiselle Yvette - pegava em nós e na cordinha onde nos segurávamos e levava-nos a fazer pequenas descobertas e experiências na Floresta. Lembro-me de pararmos numa ponte e de atirarmos coisas ao rio que passava para analisar o que era "pesado" e o que era "leve"; o que flutuava e o que ia ao fundo. Testamos uma pedra, uma folha de Outono, uma rolha de cortiça e, por último, uma pequena garrafa de vidro, bem fechada com uma rolha e com uma folha enrolada lá dentro. Nessa folha, seguiam todos os nossos nomes e um pequeno desenho de cada um de nós. E ver a garrafa a flutuar e a seguir, rapidamente, o caminho a jusante foi uma verdadeira emoção para todos nós! Nunca mais me esqueci daquele momento! Teria uns 5 anos, talvez! Hoje tenho 39! A ideia de ninguém saber onde vai chegar a mensagem da garrafa, deixa-nos expectantes. Tantos destinos... Tantas probabilidades a partir de uma pequena garrafa que flutua rio abaixo...


A segunda, relaciona-se com o livro infantojuvenil da minha colega de Faculdade, a escritora Sara Rodi e que se chama "A GARRAFA MÁGICA", com ilustrações de João Rodrigues, da editora "Dom Quixote". Eu aconselho leitura atenta, principalmente para os colegas da educação que estão a trabalhar as temáticas da Defesa do Meio Ambiente e da Natureza. A obra é recomendada pelo "Plano Nacional de Leitura" e a sinopse diz o seguinte:
«Livro recomendado para apoio a projetos relacionados com a natureza/defesa do ambiente nos 3º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade.
Quando Abel descobre, junto ao pontão, uma garrafa com um pedido de socorro, estava longe (muito longe!) de imaginar as voltas que a sua vida daria.
Na companhia da sua avó e de dois gansos-patolas muito especiais, Abel parte de barco em busca das coordenadas indicadas na mensagem. Coordenadas que o levam a conhecer inúmeras espécies marinhas ameaçadas pela sobrepesca e pela pesca acidental, pela destruição dos seus habitats e pela poluição causada pelo Homem. A garrafa mágica que Abel encontrara continha, na verdade, um pedido de ajuda dos mares e oceanos. Um pedido urgente, a que ninguém pode ficar indiferente...
A equipa da Sailors for the Sea conta com Abel para levar a cabo esta missão: proteger e explorar de forma sustentável o nosso mar, fonte de riqueza e fonte de vida.
Mas conta também contigo... Junta-te a nós nesta aventura e vamos transformar o planeta num lugar mais limpo e sustentável.»...






O MAR... Esse mistério infinito!
«Coisa Amar

Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.

Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como doi

desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.»

de Manuel Alegre




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