quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Feliz "Liichtmëssdag"!

Hoje, no Luxemburgo, era o dia de sair à rua e pedir Doces em nome da Luz! Tínhamos que bater de porta em porta e os doces só nos eram entregues se cantássemos bem a "Léiwer Herrgottsblieschen" de uma ponta à outra!

Era uma espécie de Dia do "Pão por Deus". Curiosamente, a Festa celebra o Dia em que o Menino Jesus foi apresentado ao Templo pela Virgem Maria e abençoa a Luz de todas as Velas, sendo por isso que cada criança transporta na mão uma lanterna luminosa o mais colorida possível.
Mas lá como cá, no nosso "Pão por Deus", a tradição está a perder-se e são cada vez menos as crianças que saem à rua a cantar: «Léiwer Herrgottsblieschen, gitt ons Speck a n Ierbëssen, ee Pond, zwee Pond, datt anert Jor da git der gesond, da git der gesond. Komm der nët bal, ons Féiss gin ons kal; komm der nët gläich da gi mer óp d'Schläich; komm der nët gewëss, da kritt dér ee Schouss voll Nëss!».

O curioso é que a Tradição já vem desde antes da Ocupação Romana, em que todo o Norte da Europa festejava os Cultos Celtas. Para os antigos Povos célticos, hoje era o dia de pedir proteção à deusa BRIGID (a deusa da Agricultura e da Fertilidade) para que abençoasse todas as sementes e os terrenos após os rigores do Inverno chuvoso e nevoso.
Para nós, CRIANÇAS, o "Liichtmëssdag" era sinónimo de doces em casa para mais de um mês, do degelo e da chegada da Primavera, do solinho e do tempo bom para passar a brincar na rua!


Como é bom recordar tudo isto e perceber que, no fundo, as tradições, de país para país, vêm todas da mesma RAÍZ. Antes se sermos Cristãos Católicos Apostólicos e Romanos ou Ortodoxos, éramos todos Celtas! Cá, em Portugal, estamos a ver a Festa do "Pão Por Deus" ser aglutinada pela Festa do Halloween que se diz "norte-americana"! Engane-se... Enganem-se todos! Todas estas festas vêm lá de cima das Terras Celtas. Para quê chatearmo-nos a classificar as coisas, se vêm toda do mesmo sítio e do mesmo lugar?


quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Porquinha Peppa

Atenção à Porquinha Peppa!
Simplesmente, deixá-los acordar e metê-los em frente à televisão sem questionar e analisar o que veem pode não ser a melhor atitude!


A fonte deste artigo é o dailymail.co.uk.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

GUERRA num Tubo de Ensaio Comercial

Estive para escrever sobre este assunto há umas semanas atrás, mas o trabalho e a ocupação intensa durante todo o mês de Dezembro não me permitiram fazê-lo. Porém, apesar de terem passado largas semanas desde o passado dia 22 de Dezembro (altura em que observei tudo isto!), ainda me sinto perfeitamente escandalizado e preocupado com o que vi.
Fui fazer compras ao Centro Comercial Dolce Vita Tejo, na Amadora, no meu último dia de Folga e deparo-me com uma estranha instalação no meio de um dos muitos corredores do "shopping": uma espécie de "bunker" envidraçado com publicidade e marketing a um dos brinquedos mais pretendidos pelos meninos e rapazes numa faixa etária que percorre os 4 aos 12 anos, sensivelmente. Chamam-se "NERF" e são uma espécie de arma que emite uns sons e umas luzes, acompanhada de uns óculos especiais que permite ao utilizador observar alvos específicos para onde apontar e atirar; são portanto uns verdadeiros protótipos de "armas de guerra", cujo fim imediato é acertar, sem falhas, em alvos fáceis.
A simples existência de um brinquedo destes já me provocava uma certa confusão, mas o que vi naquela tarde, plantado no meio de um dos corredores do Dolce Vita, deixou-me atónito e a repensar em todos os valores da chamada "Humanidade".
Dentro daquela espécie de instalação, as crianças (todas elas do sexo masculino!) eram convidadas a experimentar as potencialidades dos vários modelos de "NERF" no meio de labirintos e esconderijos. FINALIDADE: acertar no maior número de alvos e vítimas, a fim de adquirir o maior número de pontos. Ou seja, o OBJETIVO claro e imediato daquele "bunker" de marketing natalício era ensinar a ELIMINAR, LIQUIDAR e "MATAR" o maior número seres vivos em movimento.
Fiquei perfeitamente ATÓNITO com o que vi!
A instalação publicitária estava repleta de rapazes perfeitamente alucinados, como se de animais irracionais se tratassem; uns perfeitos autómatos de óculos escuros e de armas na mão, empolgados em serem os MAIORES na "Arte de Atingir"; eu diria mesmo, na desenfreada "Arte de Matar". Cá fora, por não terem permissão para entrar dentro do complexo de "jogo", perfilavam-se os pais, mães e restantes familiares dos rapazes lá de dentro. Uns tiravam fotos; outros filmavam e uns quantos batiam desesperados nos vidros para que os filhos se despachassem e saíssem de lá por considerarem estar já a perder demasiado tempo com ainda tantas compras por fazer.
Sem filhos ou qualquer criança familiar lá dentro, senti-me um autêntico antropólogo ou cientista a analisar o comportamento animal do lado de fora de uma "gaiola"; vi-me, de repente, a observar pequenos hamster a girar numas rodas de exercícios, sem pensamentos, sem raciocínios lógicos; uns autênticos "ratos de laboratório" enfiados numa espécie de enorme "tubo de ensaio" com armas na mão; como se alguém poderoso e altivo se tivesse lembrado de repente de se fazer a si próprio a seguinte questão: «E se enfiássemos umas tantas crianças dentro de uma 'caixa' a experimentar o factor 'GUERRA'?». Quais serão as premissas e os resultados de um teste destes, mesmo que seja "a brincar"?
Revi toda a Humanidade dentro daquela "caixa" e todos os comportamentos irracionais que habitualmente detonam a "GUERRA" e os conflitos armados entre seres humanos. E, desarmado, nada pude fazer a não ser interpretar tudo aquilo à minha maneira e sob a minha linha de raciocínio. Achei tudo aquilo impensável; mas nada poderia ter feito a não ser tirar umas quantas fotografias para registar o momento.
ESTOU ESCANDALIZADO!
Saí para a rua depois de ter assistido àquele protótipo virtual de comportamentos de Guerra e Violência gratuita e encapotada e o que é que vejo mais à minha espera? Uma meia dúzia de animadores vestidos de Duendes-Ajudantes do Pai Natal com Aves Raras nas mãos! E eram LITERALMENTE raras: mochos, corujas, aves de rapina e até - pasme-se! - uma Arara-Vermelha para delícia dos transeuntes que, a troco de uns euros, podiam pagar um serviço de fotografias com os tais duendes e seus respetivos animais-espantalho num banca ironicamente chamada de "FLORESTA ENCANTADA"!
Depois de ter assistido a uma verdadeira alienação em potência de seres humanos em crescimento, deparo-me com uma verdadeira elegia ao sofrimento e alienação animal. Que raio de Quadra Natalícia, senhores!
Será que só eu é que me espanto com anormalidades destas? Onde para o bom senso destas pessoas? E porque é que a típica azáfama das compras e da fácil adulação do consumismo faz com que, alguns de NÓS, deixem de pensar e raciocinar? Como é possível tanto distanciamento dos verdadeiros valores humanos?