sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Acreditar no Pai Natal?




Recordo aqui uma situação desagradável que me aconteceu em 2007, aquando de um trabalho como Animador no "Óbidos Vila Natal" de então. As máquinas de neve artificial tinham acabado de funcionar e a colina do Castelo/Pousada estava coberta de branco e os pequenos pinheiros ali plantados estavam carregados de neve... Artificial, é certo! Entre os pinheiros e os pinguins, pé ante pé, ouvi duas crianças a perguntarem à avó se a neve era a sério!
A senhora Dona Avó, aparentemente ...conservadora na sua forma de vestir, de "laquear" o cabelo e de usar o colar de pérolas ao pescoço, respondeu-lhes a alto e bom som: "DISPARATE! Então vocês não veem que isto é papel?".
Fiquei ofendidíssimo na minha qualidade de Duende do Pai Natal e, sorrateiramente, consegui segredar ao ouvido de um dos netos o seguinte: "Diz à tua avó que ela tem que acreditar mais em Magia!".
Passados 5 minutos, tinha uma avó e uma mãe (filha da avó, mas bem pior que ela!) a exigir de mim que me limitasse a ser profissional e a não colocar "minhocas" na cabeça das crianças! Lembro-me que nem respondi! Sorri e virei costas, ao mesmo tempo que ia atirando para o ar: "Tenho que me apressar! Já soaram as campainhas na Fábrica! Hora de picar o cartão! Remessa de 1500 Action Men por fazer!". Acho que as senhoras devem ter procurado um "Livro de Reclamações" ou tentado que me abrissem um "processo disciplinar".
Conclusão da história? Que tristes adultos que fazem com que as CRIANÇAS cresçam tão depressa e sem direito ao Universo mágico dos Sonhos e do ACREDITAR que é possível!
ACREDITAR NO PAI NATAL? SEEEEEEMPRE!



sábado, 19 de novembro de 2016

A VERDADEIRA PRENDA!

https://youtu.be/4EHyElbQat4

Se há coisas que ainda me deixam de lágrimas nos olhos na internet, esta é uma delas!
Reparem bem em qual foi a estratégia inicial da equipa de produção - pedir os telemóveis dos pais. Caso contrário, aposto que nenhum deles deixaria de estar nas redes sociais para brincarem com os filhos!
Lembrem-se: educar uma criança e vê-la crescer saudável física e mentalmente não tem a ver com brinquedos, prendas caras ou outros bens materiais; tem tudo a ver com TEMPO DE QUALIDADE! SIMPLESMENTE ESTAR! Pais verdadeiramente presentes é do que as CRIANÇAS precisam! Bom início de Festas! Feliz NATAL!

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Halloween vs. Pão por Deus: o DILEMA

Já tinha partilhado este fantástico artigo o ano passado, mas nunca é demais mostrá-lo a quem tem tantos "anticorpos" contra esta Festividade em detrimento do supostamente "tradicional" PÃO POR DEUS... Quando, no fundo, no fundo o que é o "Pão Por Deus" senão uma adequação de um celebração pagã feita e forçada pelo Cristianismo primitivo e a Igreja Católica desde que o Imperador romano Constantino fez um autêntico "corte e costura" a seu bel-prazer das Escrituras antigas e dos Evangelhos? Antes de criticar e de tomar partidos, é bom que se informe primeiro e que faça uma certa pesquisa! Dá trabalho? Bom, é um facto: DÁ! Mas, ao menos, não se morre estúpido!

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

MINIATURAS

Um dia destes ouvi uma conversa de uma mãe praticamente desesperada à procura de uma miniatura de "Fairy", das Fraldas e do Rolo de Papel da cadeia de supermercados "Lidl"... Fiquei a pensar no assunto e não conseguia entender porque seria a filha a exigir à mãe que lhe trouxesse um detergente para lavar a louça do supermercado, e, ainda por cima, em "miniatura".

De facto, as pequenas peças entregues nas Caixas aos clientes do "Lidl" em troca de, pelo menos, 15 euros em compras, são tão "mini" que cabem numa palma da mão fechada! Tive que confirmar para acreditar e perceber que, na verdade, trata-se de uma coleção inteira de produtos do tamanho dos "Lilliputs" da história do "Gulliver" e que, todos juntos, formam uma autêntica mercearia, com adereços disponíveis para que os miúdos se sintam mesmo a fazer "trocas comerciais" numa lojinha de Bairro com direito a balança para pesar, máquinas registadoras, carrinhos de compras, entre outros...
Depressa, o colecionismo e a exigência destas miniaturas por parte das Crianças, tornou-se uma moda "viral" e os pais, andam em desespero a perguntar aos amigos mais chegados se são clientes do "Lidl" ou se têm algum dos produtos mais difíceis para trocar. É que há muitos clientes que, não tendo filhos ou não sabendo da campanha de promoção da loja, não chegam a levantar as miniaturas a que tem direito se consumirem mais de 15 euros em compras. Ora, não havendo oportunidade de gastar todos os dias tanto dinheiro numa loja só, a solução foi criar, inclusive, um Grupo de "Facebook" para Trocas e até vendas [https://www.facebook.com/groups/1816579818570528/?fref=ts]... A "coisa" está a ter um sucesso tal, que quase se tornou um verdadeiro "mercado negro" de miniaturas. Está a ver aquele "cromo" das Cadernetas que não calha a ninguém e que, muitas das vezes, faz com que uma Caderneta fique incompleta por um que falta? É isto que se está a passar entre os nossos miúdos! É a verdadeira loucura das "Mercearias"! A fazer lembrar aqueles "cromos" raríssimos de jogadores de Basebol que vão até a Leilão a preços exorbitantes nos Estados Unidos da América.
No entanto, não vejo isto como uma "febre" maléfica semelhante ao "Pokémon Go", por exemplo; vejo-o como uma oportunidade de recuperar velhas tradições de brincadeiras em casa, entre irmãos, entre amigos ou envolvendo até os próprios pais. Depois da lojinha toda colecionada, dá prazer "brincar às lojas" como quem brincava "aos médicos" ou "aos professores". A comunicação entre Pais e pequenotes sai reforçada e ganha pontos e retoma-se o espírito tradicional das trocas de notas semelhantes às do "Monopólio", das moedinhas a fingir, dos dedos a carregar nas teclas das registadoras para ter o "gostinho" muito particular de ouvir a gaveta do dinheiro a abrir e a fechar.
Quando era pequeno, lembro-me que tinha um cantinho de Mercearia no meu Jardim-de-Infância e era dos poucos cantinhos da Sala que despertavam o interesse tanto de meninas como de meninos, não "seccionando" os rapazes para o tapete da garagem "Playmobil" e as meninas para a Cozinha dos Tachos e Panelas com fogão e micro-ondas incluídos.

Eu gosto desta moda das "miniaturas"! Que se recupere, e bem, a ARTE de BRINCAR por BRINCAR! Não costumo fazer compras no "Lidl", mas guardarei os meus "mini-produtos" para os oferecer a um "mini-merceeiro" ou "mini-merceeira" mais aflitos, desesperadamente à espera de um pacotinho de bolachas ou de um iogurte grego em ponto "Lilliputiano".

BOAS COMPRAS!

terça-feira, 11 de outubro de 2016

CHUVA...


"Chuva", de Jorge Fernando
«As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudade
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
Da história da gente
E outras de quem nem o nome
Lembramos ouvir

São emoções que dão vida
À saudade que trago
Aquelas que tive contigo
E acabei por perder

Há dias que marcam a alma
E a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste
Não posso esquecer

A chuva molhava – me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai, meu choro de moça perdida
Gritava à cidade
Que o fogo do amor sob a chuva
Há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
Meu segredo à cidade e eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade»

domingo, 9 de outubro de 2016

SAPATOS

«A rapariguinha chamava-se Karen.
Foi precisamente no dia em que a mãe foi a enterrar que ela recebeu os sapatos vermelhos, estreando-os nesse dia. Não eram propriamente algo a usar no luto, mas não tinha outros e assim, sem meias, caminhou com eles atrás do pobre caixão feito de palha», in "OS SAPATOS VERMELHOS" (1845), de Hans Christian Andersen.

https://youtu.be/SrooFOXXqE4

Nas minhas primeiras incursões pelas artes da Expressão Dramática, lembro-me de uma formadora me dizer que, em muitos trabalhos, começava a compor os seus personagens a partir dos pés, analisando e imaginando a forma como andava, como se movia, pé ante pé, mais ansioso, menos anisoso, mais rápido ou mais vagaroso, com uma postura mais leve ou mais pesada; ou com mais ou menos idade... Nunca mais me esqueci do conselho e, muitas das vezes, componho os meus personagens a partir dos pés. Muitos saltitam como se fossem crianças; outros arrastam os pés; outros andam vagarosamente; e outros aceleram o passo constantemente. E é por causa disto também que a forma como se calça é importante na construção e pesquisa teatral.

Lembro-me também das estórias tradicionais que me contavam e de uma em particular que terá origens no Norte de Portugal ou na Galiza (Espanha) - "A Dama Pés-de-Cabra". E recordo o facto de imaginar o som dos cascos da Senhora nas lajes de pedra dos caminhos, no soalho do interior de solares e palacetes ou a atravessar pontes de madeira. "TOC-TOC-TOC-TOC-TOC...". O som das solas de sapatos no piso que se pisa é deveras importante para mim. Atualmente, vivo no 1º andar de um prédio de 4 andares e sei a importância que têm uns saltos de senhora nos andares de cima, pela madrugada...

Sei também o gosto particular que muitas mulheres têm por sapatos e, de certa maneira, justamente a partir desta técnica de pesquisa e construção do "Eu" Teatral, compreendo-as. O sapato, enquanto objeto estético, é bonito! Recordo a cena do filme "Marie Antoinette", realizado em 2006 por Sofia Coppola, com a atriz Kirsten Dunst, em que desfilam, sob o formato de quase "videoclip MTV", toda a sua luxuosa coleção de sapatos.

Recordo também os espetaculares sapatos criados no Norte de Portugal por uma fabulosa designer chamada Andreia Silva e que detém a empresa "AndIWonder", autora de muitos dos sapatos que fez para a atriz/intérprete Wanda Stuart, com inspiração em vários contos infantis. É fácil imaginar que tipo de sapatos usaria uma Rainha de Copas de "Alice no País das Maravilhas" de Lewis Caroll ou, em pensamentos extremos, uma Sereia Ariel com pernas humanas. É, de facto, viciante imaginar personagens a partir dos pés.
http://andiwonder.com/como-tudo-comecou/#fb0=1

Hoje, acordei, e das primeiras partilhas que vejo nas redes sociais, é uma coleção fantástica de fotografias de sapatos geniais e de pasmar. Imediatamente, comecei a divagar... e a construir histórias a partir de sapatos. E ouço o Capucinho Vermelho pisar a folhagem morta da floresta com os seus pequenos sapatinhos pretos de verniz que terá usado na 1ª Comunhão; a terrível Madrasta da Branca de Neve, elegantérrima, a descer as escadas em caracol do Palácio, em direção às caves e à salinha de mezinhas e poções, com os seus magníficos sapatos de pelo de cavalo negro com enormes saltos; a Pequena Sereia Ariel a caminhar com as suas pernas em direção ao Altar para casar com o Príncipe Eric em cima de uns magníficos sapatinhos de coral e pérolas de ostra ou o Chapeleiro Louco a bater nas lajes do seu atelier de confeção de chapéus com as suas magníficas botas com sola de madeira, apressado, enervado, ansioso, a contar os minutos e segundos do seu velhinho relógio de bolso agarrado ao colete por uma longa corrente de ouro.

SAPATOS...
Adoro Sapatos...
https://www.instagram.com/p/mRUx6oAq2RWN8XXRt_HUD_HV45ShMYUHFVF-M0/



sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A HUMANIDADE E AS PRATELEIRAS

Uma amiga minha partilhou uma imagem linda na sua cronologia de "Facebook" com uma criança negra, sorridente e com um brilho sem par no olhar. Não foi a imagem em si que mais me despertou interesse e mexeu com os meus pensamentos... O que mais me chamou a atenção foi a legenda que acompanhava a fotografia e dizia o seguinte: «Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.».

Imediatamente pus-me a filosofar sobre o assunto. Um dos meus graves problemas [ou qualidades, talvez...] é pensar demasiado sobre qualquer assunto aparentemente corriqueiro. Lembrei-me de um documentário que vi há uns tempos sobre a realidade e as torturas que sofrem as crianças albinas que nascem no seio de famílias negras, na África profunda; e apeteceu-me comentar desta forma a imagem, tão linda, partilhada pela minha amiga:

«A questão nem é o facto da pele ser negra; é mesmo o facto da pele ser diferente e pronto! A Humanidade é terrível e tem a mania de seccionar coisas por prateleiras desde tempos imemoriais! No outro dia, vi um documentário sobre crianças albinas em África e fiquei maldisposto o suficiente para uma semana! As crianças nascem com peles brancas no seio de famílias negras e, só porque têm o cabelo louro, olhos claros, pestanas brancas, pele branca são perseguidas por isso... Há bruxos e curandeiros a pagar quantias exorbitantes por um osso de uma criança albina africana. Volta e meia aparecem crianças amputadas, sem mãos, sem pés, sem braços e sem pernas... São raptadas, dão-lhes sumiço e aparecem dias mais tarde num beco qualquer... Sabes o que te digo? Bem fazem os Extraterrestres que nem se aproximam muito ou tentam primeiros contactos! Matávamo-los logo, na primeira hora para fazer experiências científicas! É o Mundinho Terráqueo que temos! ;-(»
Lembrei-me também que há muito, muito tempo que não revejo o filme "E.T., o Extraterrestre" de Steven Spielberg! Acho que estou a precisar!


terça-feira, 4 de outubro de 2016

100 PERGUNTAS SOBRE DINOSSAUROS

Hoje recebi este apelo do meu amigo Simão Mateus, engenheiro zootécnico a trabalhar no Museu Municipal da Lourinhã. É um apelo inusitado, porém, ao mesmo tempo, é capaz de ser divertido! Se tem fãs de dinossauros em casa e se passa parte do seu tempo livre em lojas de brinquedos à procura da espécie mais rara do feroz animal extinto há milénios, aproveite para fazer uma "sondagem" e pergunte ao seu mini "engenheiro zootécnico" do "Mesozóico" se tem alguma dúvida de maior sobre os "bichanos" que, aparentemente, só têm um arzinho simpático porque estão "extintos" e já não fazem mal a um besouro sequer, quanto mais a uma mosca!

"Incumbiram-me de coligir e responder a 100 perguntas sobre dinossauros,
leia-se: e outros répteis mesozóicos…
leia-se: animais fossilizados…
ou seja paleontologia.

Como tal peço a vossa ajuda para me enviarem perguntas que vos ocorram sobre este tema para eu começar a coligir e escrever as respostas.

Quem tem filhos estenda o desafio a eles.

Perguntas infantis vossas são igualmente válidas, podem deixar licenciaturas, mestrados e doutoramentos de lado e mostrarem as vossas questões mais naïfs!

Podem enviar as perguntas por mensagem privada, e-mail ou na resposta a esta mensagem.

Muito obrigado, Simão"

Imediatamente, publiquei o "apelo" do Simão na minha Página Oficial de Facebook, em www.facebook.com/sergiopaulopeter e lancei o "repto" (não o réptil!): LANCE UM GRUNHIDO! E pus-me a pensar... Será que os "bicharocos" grunhiam ou rugiam? Quase sem me aperceber, estava a colocar-me a mim próprio a primeira das perguntas "naïfs" sobre dinossauros. Será que vai fazer parte da coletânea de 100 Perguntas do Simão?

Espero por notícias do "mesozoico"...


sexta-feira, 30 de setembro de 2016

TELETUBBIES


Amanhã, na SIC generalista, estreia uma novíssima temporada de "TELETUBBIES"!
Para quem tem bebés em casa, fiquem a saber que não há melhor série televisiva para os entreter. É um produto criado para encantar miúdos até aos 3 anos. No máximo dos máximos, uma criança de 5 ou 6 anos ainda se pode encantar pelos quatro extraterrestres bebés em aventuras e desventuras no nosso Planeta, mas aviso-vos que o consumo da série é proporcional ao crescimento dos miúdos.
Lembro-me de ser Monitor do Serviço de Apoio à Família num Jardim-de-Infância e de ver crianças com 4 anos a rejeitar sentar-se nos "colchões do cinema" para ver os "Teletubbies"... Uma criança com 4 anos tem a perfeita noção de que a linguagem desta série é "para bebés", como ela própria não terá vergonha em "acusar". Ou seja, a frase "Não vejo isso porque isso é para bebés..." pode ser muito normal de ouvir da boca dos seus filhos com mais de 4 anos se os forçar a ver um episódio que seja!
No entanto lembro-me de visualizar uns quantos episódios e aguentá-los todos até ao fim! É um produto televisivo, de facto, muito bem feito!
Para quem nunca ouviu falar destes quatro bonequinhos coloridos (o que eu acho sinceramente muito improvável, uma vez que a série teve um sucesso global nos primeiros anos do século XXI), tratam-se de quatro pequenos extraterrestres, cada um com a sua cor e o seu formato de antena. Cada um tem a sua personalidade e cada um gosta de determinadas coisas e assuntos, sem que nenhum ponha em causa os gostos particulares dos outros três! Além disso, vivem em comunidade. São como uma espécie de Grupo em que todos são iguais, mas todos são diferentes, como se quer na realidade do pré-escolar frequentado pelos nossos próprios filhos.

Vou tentar, em poucas linhas, descrevê-los:

- TINKY WINKY. Parece ser o maior e o mais velho de todos. Tem o pelo roxo e um triângulo invertido na cabeça. Frequentemente transporta uma mala de senhora vermelha nas mãos, o que levou a sociedade a associá-lo rapidamente com a realidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais), uma vez que não se percebe imediatamente qual será o seu sexo. Para uns é um sinal de abertura a estas temáticas, logo desde os primeiros anos de Infância; para outros, será apenas um extraterrestre roxo com gosto por adereços femininos;

- DIPSY. É verde, tem uma antena espetada na vertical e parece ser o mais contestatário dos quatro, uma vez que afirma sempre as suas posições e demarca-se da opinião geral dos outros. Se repararmos bem, tem, na face, uma pele mais escura que os outros, o que pode levar a concluir que os autores terão tentado uma aproximação indireta ao convívio das crianças com a pele negra e os povos afro-americanos;

- LAA-LAA. Aparentemente, pelo nome, pode parecer um ser mais feminino que os outros três; ainda assim continuamos sem ter a certeza do seu sexo, uma vez que ele é perfeitamente indefinido em todas as quatro personagens. Para além de amarelo e com uma antena encaracolada, Laa-Laa é doce, gosta de cantar e dançar e está sempre à procura da proximidade com os outros três. O seu brinquedo preferido é uma saltitante bola de borracha cor-de-laranja.

- PO. É vermelho e tem uma antena circular na ponta que, em tudo, parecem as pequenas varetas dos frasquinhos de fazer bolas de sabão. É o mais pequeno de todos e também o mais brincalhão. Expressa-se também com uma voz adocicada e, dizem os entendidos em pedagogia televisiva, tem um ar mais asiático que os outros, o que pode significar que é chinês e que se expressa com pequenos ditongos em cantonês; daí o seu nome que, em chinês, significa "Alma".

A partir do momento em que vir, acima do horizonte, um Sol do meio-dia radiante, com um bebé a sorrir lá dentro, sabe que está a ver os "TELETUBBIES" e que pode ter a certeza de que está a permitir aos seus pequenotes estarem entretidos e a aprender pequenas noções de linguagem e de vida com estes quatro pequenos seres do Outro Mundo! Bom Sábado! Bons programas de Televisão!

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

MÃE

Ainda a propósito da MÃE desesperada da Partida de Ténis em Maiorca: Ser MÃE não é apenas um "Estado de Graça" físico; é praticamente um Estado de Alma para toda a Vida. Acredito que o "corte" do cordão umbilical se dá apenas neste "prisma de coisas" e que, num Mundo paralelo, continuamos ligados às nossas MÃES por uma espécie de corda "invisível"... Neste ou noutro Mundo qualquer...

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

QUANTAS HISTÓRIAS TENS?


Ontem, dia 27 de Setembro, numa Festa de aniversário em contexto escolar (Jardim-de-Infância) um dos "piratinhas", ao ver o livro "XAVIER" de Quentin Gréban sair da Mala encontrada no sótão do Castelo da Terra do Nunca, teve a coragem de levantar o dedinho indicativo no ar e confessar que também tinha "uma história em casa"... Em breves frações de segundo (tarefa habitual e comum a todos os Contadores de histórias!) tive que saber como responder ao meu próprio espanto! Respondi: "Só uma?"... Pod...ia ter respondido: "Bom, mais vale ter uma do que nenhuma...". ;-) Serei eu um Pirata da Terra do Nunca tão malvado que seja anormal ficar incomodado com o facto de uma criança confessar que só tem UM Livro em casa?
Acrescentei ao "piratinha" amigo que aceitasse o desafio de chegar a casa, mais logo, e dizer à mãe ou ao pai: "Hoje esteve lá o Jake na escola e disse que eu tinha que ter mais histórias em casa. Praí umas quatro ou cinco...".
Mães, Pais, Padrinhos, Tios, Avós e oferecer mais LIVROS e mais HISTÓRIAS às vossas Crianças, hum? Se soubessem o precioso TESOURO que é o contacto com a Leitura logo aos primeiros anos de Infância...

A MENINA PERDIDA



http://www.tvi24.iol.pt/videos/desporto/rafael-nadal-interrompe-jogo-para-mae-encontrar-a-filha/57ec0c6d0cf25d916ffcd892

Em Maiorca (Espanha), o tenista Rafael Nadal interrompe a partida para que se encontre uma menina perdida da mãe! Toda a plateia começa a colaborar e os gritos para procurar a menina não se fazem esperar... Ouvem-se gritos pelo nome da menina: "CLARA? CLARA?". Depois do tão esperado reencontro, o público aplaude. Momento bonito, mas que nos faz lembrar o desespero lancinante que é, para uma MÃE, perder um filho de um minuto para o outro... Não sou pai, mas desconfio que deve ser uma sensação terrível! O coração quase para; o cérebro desliga com o pânico; as lágrimas brotam dos olhos; os braços ficam praticamente inertes; cria-se automaticamente uma sensação de VAZIO e de desnorte! Agora imagine os pais e as mães que perdem os filhos e nunca mais os veem, sem saber do seu paradeiro. É terrível! Neste caso, deu-se um final feliz! Clara estava por perto e pôde abraçar a MÃE! E se tivesse acontecido o pior?

Lembro-me que quando era pequeno, no tempo em que ainda havia "Bolas da Nivea" a marcar pontos de encontro, perdi-me do chapéu de sol da minha família. Sempre fora muito astuto e independente na praia; brincava horas a fio com os baldes, as pás ou os moinhos de areia, entretido a fazer construções na areia. Porém, de repente, fartava-me e decidia ir um pouco mais para longe à descoberta de conchas no areal ou de caracóis do mar ou pequenos caranguejos que se escondiam entre as rochas a descoberto pelas marés vazias. Um dia perdi-me! E não me lembro bem da reação da minha mãe; mas calculo que o desespero tenha sido mais que muito! Há momentos em que não há uma "Bola da Nívea" ou um Rafael Nadal a quem nos agarrarmos ou pedir socorro!


Vigiem sempre os vossos filhos. Como se costuma dizer popularmente: "Um olho no burro e outro no cigano", embora este ditado português seja de índole racista e discriminatório para com a etnia cigana. O melhor é dizer que "TODO O CUIDADO É POUCO!".


A MENSAGEM DA GARRAFA


http://beachcam.meo.pt/newsroom/2016/09/garrafa-atravessa-o-atlantico-ate-aljezur/

"Jornal das 8" da TVI. Ouço, entre duas garfadas de carne à juliana, que uma jovem de 15 anos, ao largo do México, terá deitado ao mar uma garrafa fechada com uma mensagem escrita lá dentro num pequeno papel promocional do cruzeiro turístico em que estava a viajar com o seu pai. Passaram 5 (CINCO) longos anos e a garrafa viajou, viajou, viajou até... à praia de Aljezur, tendo sido descoberta entre as rochas por dois nadadores-salvadores que, à primeira vista, pensaram tratar-se de "lixo" que habitualmente dá à costa! Responderam, via carta, à remetente da mensagem, agora com 20 anos de idade, e, qual não é o espanto, esta responde!
Às vezes, de frente para o Mar, ponho-me a pensar na sua Vastidão e nos seus imensos mistérios. De facto, o Mar tanto leva como traz! É como se fosse uma longa Via espacial no Tempo que passa! O melhor é nunca subestimar os seus PODERES!

A propósito, lembrei-me logo de duas coisas:

A primeira relaciona-se com a minha Infância e os meus tempos na Pré-Escola luxemburguesa! Lembro-me que a capital estava rodeada de verde a perder de vista, com bosques e florestas... Todo um Mundo paralelo a descobrir, para além dos limites da Grande Cidade do Luxemburgo. E a minha educadora - mademoiselle Yvette - pegava em nós e na cordinha onde nos segurávamos e levava-nos a fazer pequenas descobertas e experiências na Floresta. Lembro-me de pararmos numa ponte e de atirarmos coisas ao rio que passava para analisar o que era "pesado" e o que era "leve"; o que flutuava e o que ia ao fundo. Testamos uma pedra, uma folha de Outono, uma rolha de cortiça e, por último, uma pequena garrafa de vidro, bem fechada com uma rolha e com uma folha enrolada lá dentro. Nessa folha, seguiam todos os nossos nomes e um pequeno desenho de cada um de nós. E ver a garrafa a flutuar e a seguir, rapidamente, o caminho a jusante foi uma verdadeira emoção para todos nós! Nunca mais me esqueci daquele momento! Teria uns 5 anos, talvez! Hoje tenho 39! A ideia de ninguém saber onde vai chegar a mensagem da garrafa, deixa-nos expectantes. Tantos destinos... Tantas probabilidades a partir de uma pequena garrafa que flutua rio abaixo...


A segunda, relaciona-se com o livro infantojuvenil da minha colega de Faculdade, a escritora Sara Rodi e que se chama "A GARRAFA MÁGICA", com ilustrações de João Rodrigues, da editora "Dom Quixote". Eu aconselho leitura atenta, principalmente para os colegas da educação que estão a trabalhar as temáticas da Defesa do Meio Ambiente e da Natureza. A obra é recomendada pelo "Plano Nacional de Leitura" e a sinopse diz o seguinte:
«Livro recomendado para apoio a projetos relacionados com a natureza/defesa do ambiente nos 3º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade.
Quando Abel descobre, junto ao pontão, uma garrafa com um pedido de socorro, estava longe (muito longe!) de imaginar as voltas que a sua vida daria.
Na companhia da sua avó e de dois gansos-patolas muito especiais, Abel parte de barco em busca das coordenadas indicadas na mensagem. Coordenadas que o levam a conhecer inúmeras espécies marinhas ameaçadas pela sobrepesca e pela pesca acidental, pela destruição dos seus habitats e pela poluição causada pelo Homem. A garrafa mágica que Abel encontrara continha, na verdade, um pedido de ajuda dos mares e oceanos. Um pedido urgente, a que ninguém pode ficar indiferente...
A equipa da Sailors for the Sea conta com Abel para levar a cabo esta missão: proteger e explorar de forma sustentável o nosso mar, fonte de riqueza e fonte de vida.
Mas conta também contigo... Junta-te a nós nesta aventura e vamos transformar o planeta num lugar mais limpo e sustentável.»...






O MAR... Esse mistério infinito!
«Coisa Amar

Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.

Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como doi

desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.»

de Manuel Alegre