sexta-feira, 30 de setembro de 2016

TELETUBBIES


Amanhã, na SIC generalista, estreia uma novíssima temporada de "TELETUBBIES"!
Para quem tem bebés em casa, fiquem a saber que não há melhor série televisiva para os entreter. É um produto criado para encantar miúdos até aos 3 anos. No máximo dos máximos, uma criança de 5 ou 6 anos ainda se pode encantar pelos quatro extraterrestres bebés em aventuras e desventuras no nosso Planeta, mas aviso-vos que o consumo da série é proporcional ao crescimento dos miúdos.
Lembro-me de ser Monitor do Serviço de Apoio à Família num Jardim-de-Infância e de ver crianças com 4 anos a rejeitar sentar-se nos "colchões do cinema" para ver os "Teletubbies"... Uma criança com 4 anos tem a perfeita noção de que a linguagem desta série é "para bebés", como ela própria não terá vergonha em "acusar". Ou seja, a frase "Não vejo isso porque isso é para bebés..." pode ser muito normal de ouvir da boca dos seus filhos com mais de 4 anos se os forçar a ver um episódio que seja!
No entanto lembro-me de visualizar uns quantos episódios e aguentá-los todos até ao fim! É um produto televisivo, de facto, muito bem feito!
Para quem nunca ouviu falar destes quatro bonequinhos coloridos (o que eu acho sinceramente muito improvável, uma vez que a série teve um sucesso global nos primeiros anos do século XXI), tratam-se de quatro pequenos extraterrestres, cada um com a sua cor e o seu formato de antena. Cada um tem a sua personalidade e cada um gosta de determinadas coisas e assuntos, sem que nenhum ponha em causa os gostos particulares dos outros três! Além disso, vivem em comunidade. São como uma espécie de Grupo em que todos são iguais, mas todos são diferentes, como se quer na realidade do pré-escolar frequentado pelos nossos próprios filhos.

Vou tentar, em poucas linhas, descrevê-los:

- TINKY WINKY. Parece ser o maior e o mais velho de todos. Tem o pelo roxo e um triângulo invertido na cabeça. Frequentemente transporta uma mala de senhora vermelha nas mãos, o que levou a sociedade a associá-lo rapidamente com a realidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais), uma vez que não se percebe imediatamente qual será o seu sexo. Para uns é um sinal de abertura a estas temáticas, logo desde os primeiros anos de Infância; para outros, será apenas um extraterrestre roxo com gosto por adereços femininos;

- DIPSY. É verde, tem uma antena espetada na vertical e parece ser o mais contestatário dos quatro, uma vez que afirma sempre as suas posições e demarca-se da opinião geral dos outros. Se repararmos bem, tem, na face, uma pele mais escura que os outros, o que pode levar a concluir que os autores terão tentado uma aproximação indireta ao convívio das crianças com a pele negra e os povos afro-americanos;

- LAA-LAA. Aparentemente, pelo nome, pode parecer um ser mais feminino que os outros três; ainda assim continuamos sem ter a certeza do seu sexo, uma vez que ele é perfeitamente indefinido em todas as quatro personagens. Para além de amarelo e com uma antena encaracolada, Laa-Laa é doce, gosta de cantar e dançar e está sempre à procura da proximidade com os outros três. O seu brinquedo preferido é uma saltitante bola de borracha cor-de-laranja.

- PO. É vermelho e tem uma antena circular na ponta que, em tudo, parecem as pequenas varetas dos frasquinhos de fazer bolas de sabão. É o mais pequeno de todos e também o mais brincalhão. Expressa-se também com uma voz adocicada e, dizem os entendidos em pedagogia televisiva, tem um ar mais asiático que os outros, o que pode significar que é chinês e que se expressa com pequenos ditongos em cantonês; daí o seu nome que, em chinês, significa "Alma".

A partir do momento em que vir, acima do horizonte, um Sol do meio-dia radiante, com um bebé a sorrir lá dentro, sabe que está a ver os "TELETUBBIES" e que pode ter a certeza de que está a permitir aos seus pequenotes estarem entretidos e a aprender pequenas noções de linguagem e de vida com estes quatro pequenos seres do Outro Mundo! Bom Sábado! Bons programas de Televisão!

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

MÃE

Ainda a propósito da MÃE desesperada da Partida de Ténis em Maiorca: Ser MÃE não é apenas um "Estado de Graça" físico; é praticamente um Estado de Alma para toda a Vida. Acredito que o "corte" do cordão umbilical se dá apenas neste "prisma de coisas" e que, num Mundo paralelo, continuamos ligados às nossas MÃES por uma espécie de corda "invisível"... Neste ou noutro Mundo qualquer...

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

QUANTAS HISTÓRIAS TENS?


Ontem, dia 27 de Setembro, numa Festa de aniversário em contexto escolar (Jardim-de-Infância) um dos "piratinhas", ao ver o livro "XAVIER" de Quentin Gréban sair da Mala encontrada no sótão do Castelo da Terra do Nunca, teve a coragem de levantar o dedinho indicativo no ar e confessar que também tinha "uma história em casa"... Em breves frações de segundo (tarefa habitual e comum a todos os Contadores de histórias!) tive que saber como responder ao meu próprio espanto! Respondi: "Só uma?"... Pod...ia ter respondido: "Bom, mais vale ter uma do que nenhuma...". ;-) Serei eu um Pirata da Terra do Nunca tão malvado que seja anormal ficar incomodado com o facto de uma criança confessar que só tem UM Livro em casa?
Acrescentei ao "piratinha" amigo que aceitasse o desafio de chegar a casa, mais logo, e dizer à mãe ou ao pai: "Hoje esteve lá o Jake na escola e disse que eu tinha que ter mais histórias em casa. Praí umas quatro ou cinco...".
Mães, Pais, Padrinhos, Tios, Avós e oferecer mais LIVROS e mais HISTÓRIAS às vossas Crianças, hum? Se soubessem o precioso TESOURO que é o contacto com a Leitura logo aos primeiros anos de Infância...

A MENINA PERDIDA



http://www.tvi24.iol.pt/videos/desporto/rafael-nadal-interrompe-jogo-para-mae-encontrar-a-filha/57ec0c6d0cf25d916ffcd892

Em Maiorca (Espanha), o tenista Rafael Nadal interrompe a partida para que se encontre uma menina perdida da mãe! Toda a plateia começa a colaborar e os gritos para procurar a menina não se fazem esperar... Ouvem-se gritos pelo nome da menina: "CLARA? CLARA?". Depois do tão esperado reencontro, o público aplaude. Momento bonito, mas que nos faz lembrar o desespero lancinante que é, para uma MÃE, perder um filho de um minuto para o outro... Não sou pai, mas desconfio que deve ser uma sensação terrível! O coração quase para; o cérebro desliga com o pânico; as lágrimas brotam dos olhos; os braços ficam praticamente inertes; cria-se automaticamente uma sensação de VAZIO e de desnorte! Agora imagine os pais e as mães que perdem os filhos e nunca mais os veem, sem saber do seu paradeiro. É terrível! Neste caso, deu-se um final feliz! Clara estava por perto e pôde abraçar a MÃE! E se tivesse acontecido o pior?

Lembro-me que quando era pequeno, no tempo em que ainda havia "Bolas da Nivea" a marcar pontos de encontro, perdi-me do chapéu de sol da minha família. Sempre fora muito astuto e independente na praia; brincava horas a fio com os baldes, as pás ou os moinhos de areia, entretido a fazer construções na areia. Porém, de repente, fartava-me e decidia ir um pouco mais para longe à descoberta de conchas no areal ou de caracóis do mar ou pequenos caranguejos que se escondiam entre as rochas a descoberto pelas marés vazias. Um dia perdi-me! E não me lembro bem da reação da minha mãe; mas calculo que o desespero tenha sido mais que muito! Há momentos em que não há uma "Bola da Nívea" ou um Rafael Nadal a quem nos agarrarmos ou pedir socorro!


Vigiem sempre os vossos filhos. Como se costuma dizer popularmente: "Um olho no burro e outro no cigano", embora este ditado português seja de índole racista e discriminatório para com a etnia cigana. O melhor é dizer que "TODO O CUIDADO É POUCO!".


A MENSAGEM DA GARRAFA


http://beachcam.meo.pt/newsroom/2016/09/garrafa-atravessa-o-atlantico-ate-aljezur/

"Jornal das 8" da TVI. Ouço, entre duas garfadas de carne à juliana, que uma jovem de 15 anos, ao largo do México, terá deitado ao mar uma garrafa fechada com uma mensagem escrita lá dentro num pequeno papel promocional do cruzeiro turístico em que estava a viajar com o seu pai. Passaram 5 (CINCO) longos anos e a garrafa viajou, viajou, viajou até... à praia de Aljezur, tendo sido descoberta entre as rochas por dois nadadores-salvadores que, à primeira vista, pensaram tratar-se de "lixo" que habitualmente dá à costa! Responderam, via carta, à remetente da mensagem, agora com 20 anos de idade, e, qual não é o espanto, esta responde!
Às vezes, de frente para o Mar, ponho-me a pensar na sua Vastidão e nos seus imensos mistérios. De facto, o Mar tanto leva como traz! É como se fosse uma longa Via espacial no Tempo que passa! O melhor é nunca subestimar os seus PODERES!

A propósito, lembrei-me logo de duas coisas:

A primeira relaciona-se com a minha Infância e os meus tempos na Pré-Escola luxemburguesa! Lembro-me que a capital estava rodeada de verde a perder de vista, com bosques e florestas... Todo um Mundo paralelo a descobrir, para além dos limites da Grande Cidade do Luxemburgo. E a minha educadora - mademoiselle Yvette - pegava em nós e na cordinha onde nos segurávamos e levava-nos a fazer pequenas descobertas e experiências na Floresta. Lembro-me de pararmos numa ponte e de atirarmos coisas ao rio que passava para analisar o que era "pesado" e o que era "leve"; o que flutuava e o que ia ao fundo. Testamos uma pedra, uma folha de Outono, uma rolha de cortiça e, por último, uma pequena garrafa de vidro, bem fechada com uma rolha e com uma folha enrolada lá dentro. Nessa folha, seguiam todos os nossos nomes e um pequeno desenho de cada um de nós. E ver a garrafa a flutuar e a seguir, rapidamente, o caminho a jusante foi uma verdadeira emoção para todos nós! Nunca mais me esqueci daquele momento! Teria uns 5 anos, talvez! Hoje tenho 39! A ideia de ninguém saber onde vai chegar a mensagem da garrafa, deixa-nos expectantes. Tantos destinos... Tantas probabilidades a partir de uma pequena garrafa que flutua rio abaixo...


A segunda, relaciona-se com o livro infantojuvenil da minha colega de Faculdade, a escritora Sara Rodi e que se chama "A GARRAFA MÁGICA", com ilustrações de João Rodrigues, da editora "Dom Quixote". Eu aconselho leitura atenta, principalmente para os colegas da educação que estão a trabalhar as temáticas da Defesa do Meio Ambiente e da Natureza. A obra é recomendada pelo "Plano Nacional de Leitura" e a sinopse diz o seguinte:
«Livro recomendado para apoio a projetos relacionados com a natureza/defesa do ambiente nos 3º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade.
Quando Abel descobre, junto ao pontão, uma garrafa com um pedido de socorro, estava longe (muito longe!) de imaginar as voltas que a sua vida daria.
Na companhia da sua avó e de dois gansos-patolas muito especiais, Abel parte de barco em busca das coordenadas indicadas na mensagem. Coordenadas que o levam a conhecer inúmeras espécies marinhas ameaçadas pela sobrepesca e pela pesca acidental, pela destruição dos seus habitats e pela poluição causada pelo Homem. A garrafa mágica que Abel encontrara continha, na verdade, um pedido de ajuda dos mares e oceanos. Um pedido urgente, a que ninguém pode ficar indiferente...
A equipa da Sailors for the Sea conta com Abel para levar a cabo esta missão: proteger e explorar de forma sustentável o nosso mar, fonte de riqueza e fonte de vida.
Mas conta também contigo... Junta-te a nós nesta aventura e vamos transformar o planeta num lugar mais limpo e sustentável.»...






O MAR... Esse mistério infinito!
«Coisa Amar

Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.

Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como doi

desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.»

de Manuel Alegre